Segundo Pough et al. (1999), sessenta e nove por cento da
superfície terrestre está coberta por água doce ou salgada, sendo a maior parte
dessa água formadora dos grandes corpos oceânicos, e a menor porção dela (cerca
de 0,01%) formadora dos sistemas fluviais e lacustres existentes no planeta.
Pough et al. (1999), ainda coloca que as águas límnicas são de
uma riqueza biológica extraordinária, sendo os rios e lagos hábitats complexos
com histórias relativamente curtas na escala tempo geológico, mas com tempo de
existência suficientemente longo para que os processos evolutivos ocorram em
tais drenagens isoladas.
A água doce comporta um total surpreendentemente alto, cerca
de 8.500 espécies (mais de 40%), a maioria nos vastos sistemas de rios e lagos
tropicais (Cohen apud Lowe – McConnell, 1999).
De acordo com Vari e Malabarba (1998) a fauna de peixes de
água doce da América do Sul é uma das mais diversificadas e complexas,
existindo inúmeras lacunas no seu conhecimento biológico.
A grande extensão
territorial de suas bacias hidrográficas, aliada à idade geológica da região,
propiciou um grande processo de irradiação evolutiva, baseada numa grande
diversidade de hábitats e nichos ecológicos (Bohlke et al, 1978).
Apesar das estimativas
quanto ao número de espécies existentes em ambientes de água doce, apenas cerca
de 2.400 já foram descritas (Lowe – McConnell, 1999) o que serve para ilustrar
a carência de conhecimento a respeito da nossa ictiofauna.
Os referidos autores comentam ainda que a integridade física, química e biológica dos corpos d’água tem sido continuamente ameaçada e, em alguns casos destruída. O conhecimento da situação original de tais ambientes, antes de qualquer perturbação, não está disponível na maioria das vezes, e os estudos atuais são quase sempre conduzidos em sistemas sujeitos a algum grau de modificação.
Araújo (1996) traz que o conhecimento dos peixes de água doce do Brasil ainda é incipiente, apesar de possuirmos um dos maiores conjuntos de bacias hidrográficas do mundo e com maior diversidade de espécies. Cada bacia possui sua própria fauna, com maior ou menor número de espécies semelhantes devido a fatores ecológicos, zoogeográficos, históricos ou mesmo pela influência do homem através de programas de repovoamento ou introdução de novas espécies.
Segue abaixo alguns registros feitos no andamento do monitoramento da ictiofauna: